Os setores produtivos são indiferentes para o crescimento nos modelos neoclássicos, diferentemente dos keynesianos, que destacam a centralidade da indústria por possibilitar mudanças tecnológicas, crescimento da produtividade, externalidades positivas e sinergias, sustentabilidade do balanço de pagamentos e, nos países em desenvolvimento, se relacionar com processos de catching up. O reconhecimento da centralidade da indústria traz a preocupação com a desindustrialização, tema sobre o qual se debruça este artigo, focando o caso de dois países – Brasil e Itália – objetivando identificar o padrão existente em cada um deles e seus determinantes. Para cumprir com seu objetivo, tem-se inicialmente uma discussão conceitual sobre desindustrialização, seguida pela identificação dos principais ‘fatos estilizados’ dessas economias: i) queda da participação relativa da indústria no PIB; ii) redução do emprego industrial no emprego total e iii) estagnação da produtividade. Por fim, são analisadas as especificidades da deindustralizacao nos dois paises, observandose que no Brasil esta parece ter sido causada sobretudo pelo ambiente macroeconômico pós-abertura comercial, que, associado ao câmbio apreciado, mudou a especialização da indústria e implicou desindustrialização. Na Itália, vincula-se a lei Kaldor-Verdoorn, pois níveis menores de demanda reduziram a produtividade e o investimento, além da deslocalização, que direcionou partes do processo produtivo para outros países.
Araujo, E., Araujo, E.C., Punzo, L.F. (2016). A ‘bela’ e o ‘gigante’ adormecidos: análise comparativa de dois casos de desindustrialização recente e suas causas – Brasil e Itália. ACTA SCIENTIARUM. HUMAN AND SOCIAL SCIENCES, 38(1), 25-35 [10.4025/actascihumansoc.v38i1.29649].
A ‘bela’ e o ‘gigante’ adormecidos: análise comparativa de dois casos de desindustrialização recente e suas causas – Brasil e Itália
PUNZO, LIONELLO FRANCO
2016-01-01
Abstract
Os setores produtivos são indiferentes para o crescimento nos modelos neoclássicos, diferentemente dos keynesianos, que destacam a centralidade da indústria por possibilitar mudanças tecnológicas, crescimento da produtividade, externalidades positivas e sinergias, sustentabilidade do balanço de pagamentos e, nos países em desenvolvimento, se relacionar com processos de catching up. O reconhecimento da centralidade da indústria traz a preocupação com a desindustrialização, tema sobre o qual se debruça este artigo, focando o caso de dois países – Brasil e Itália – objetivando identificar o padrão existente em cada um deles e seus determinantes. Para cumprir com seu objetivo, tem-se inicialmente uma discussão conceitual sobre desindustrialização, seguida pela identificação dos principais ‘fatos estilizados’ dessas economias: i) queda da participação relativa da indústria no PIB; ii) redução do emprego industrial no emprego total e iii) estagnação da produtividade. Por fim, são analisadas as especificidades da deindustralizacao nos dois paises, observandose que no Brasil esta parece ter sido causada sobretudo pelo ambiente macroeconômico pós-abertura comercial, que, associado ao câmbio apreciado, mudou a especialização da indústria e implicou desindustrialização. Na Itália, vincula-se a lei Kaldor-Verdoorn, pois níveis menores de demanda reduziram a produtividade e o investimento, além da deslocalização, que direcionou partes do processo produtivo para outros países.File | Dimensione | Formato | |
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https://hdl.handle.net/11365/1005881